terça-feira, 4 de março de 2008

Marguerite Yourcenar


Historiadora-poeta e romancista (como ela mesma se define) Marguerite Yourcenar, que também foi tradutora, ensaísta e crítica, foi a primeira mulher a ser eleita para a Academia Francesa. Sua obra, que sonda o passado - familiar, mitológico e histórico -, conheceu um sucesso mundial com As Memórias de Adriano e A Obra em Negro, cujos heróis oscilam, a sua imagem, entre o gosto pelo conhecimento e a tentação da carne.
A primeira mulher a ser eleita em 1980 para a Academia Francesa nasceu com o nome de Marguerite de Crayencour, no dia 8 de junho de 1903 em Bruxelas, filha de mãe belga e pai francês. Antes de morrer "no campo de honra das mulheres" de uma febre puerpural consecutiva a seus partos, sua mãe, Fernande de Cartier de Marchienne, recomenda que não se impeça a menina de se tornar religiosa se ela assim quiser. Ingressando na literatura, Marguerite acredita ter atendido o desejo de sua mãe. Michel, seu pai, que é mais do que um pai, um pedagogo, um confidente, um amigo, não é homem de fazer a filha ingressar em qualquer ordem que seja. Esse anticonformismo deixa-lhe como herança o gosto pela vida errante, ilustrado nesse adágio que ela nunca esquecerá: Só se pode estar bem em outro lugar; a
lém de uma grande cultura, que divide com ela, assim como sua biblioteca. (Letras, nº21, 08/95)

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